Corrente da Leitura em Pelotas

 Secretaria de Comunicação do município iniciou o projeto nesta sexta-feira

Baseada em idéias semelhantes e bem sucedidas, colocadas em prática em diversos países, a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) realizou na manhã desta sexta-feira (29) a Corrente da Leitura. A iniciativa, que coincidiu com o Dia Nacional do Livro e com a data de abertura da 38ª Feira do Livro de Pelotas, distribuiu aleatória e gratuitamente livros em lugares públicos da cidade, entre as ruas Felix da Cunha, Lobo da Costa e General Neto, sobretudo no calçadão da Rua Andrade Neves.

A expectativa é que as pessoas assumam o compromisso de pegar os livros e, depois de ler, colocar em outro local, para que possam ser lidos por outras pessoas. De acordo com o secretário municipal de comunicação e organizador do projeto, Luiz Carlos Freitas, o objetivo da iniciativa é incentivar o hábito da leitura entre os pelotenses. “Pelotas tem uma tradição literária e queremos fazer com que as pessoas se interessem pelos livros”, afirma.

Para o aposentado Edson Leite, de 69 anos, a idéia é interessante. Ele foi um dos que recolheu o livro no calçadão da Rua Andrade Neves. “Eu gosto de ler, mas às vezes a gente não tem dinheiro para comprar. Agora, depois de ler, eu vou deixar em algum lugar por aí”, afirma o aposentado, enquanto folheia o livro “Odeio muito tudo isso”, de Luiz Carlos Freitas.

Ricardo Rojas

Fazendo da leitura uma forma de viver*

A estudante Marta Zielke, de 21 anos, fala da sua relação com os livros

Capa do livro
de Álvares de Azevedo

Imaginar mundos paralelos e fazer da literatura algo básico para se viver: “Quem não lê não vê tudo que tem na vida”. Com esta constatação a estudante de História, Marta Zielke, sorri sentada em sua cama, rodeada de revistas bem encadernadas sobre registros históricos interessantes. Aos 21 anos, Marta começou a ler com apego aos nove, quando se interessou pelas histórias de "Noite na Taverna" e "Lira dos 20 anos", ambos de Álvares de Azevedo. 

O número de livros com o nome e a data na primeira página chegam a 50 em casa. Todos ficam espalhados pelas estantes da sala. "Mas tenho uma prateleira especial caso aconteça algum acidente", diz envergonhada. O amor pelos livros a faz acreditar que se um incêndio ou outro acidente acontecer, ela saberá exatamente a qual prateleira recorrer para salvar seus exemplares preferidos.

Marta com o quinto livro da série
Harry Potter devidamente encapado
com papel contact.

Além do nome e data na primeira página ela mantém algumas manias típicas dos adoradores de palavras. Um lugar limpo para os livros, mãos lavadas antes de pegá-los e passar um bom tempo somente admirando a capa de um livro que desejava muito comprar são umas delas. As regras se tornam mais rigorosas quando não permite que pessoas não autorizadas toquem  nos volumes e ela, com todo cuidado, encapa seus prediletos com papel contact.


"Se eu não pudesse ler acho que não seria tão interessante viver, a literatura é básica para mim", confirmou ao relatar que os livros que realmente a marcaram foram os da série Harry Potter. Marta começou a ler o primeiro livro da série aos 12 anos e acredita que foi algo marcante para ela pois os personagens eram cativantes e os sentimentos, combinados com a ótima psicologia da autora J.K. Rowling, extremamente reais. "Eram minha fuga do mundo real, meu mundo paralelo". Mundo paralelo este que desejava ser real, pois era, utopicamente em sua cabeça, como um mundo deveria ser.

Incentivo que valeu a pena

Sabendo que a literatura torna possível conhecer lugares e sensações diferentes, que talvez nunca saberemos como é no mundo real, o incentivo pela leitura na vida da estudante chegou através dos pais. Quando ainda não sabia ler o pai, Lindolfo, fazia o papel de narrador das histórias; papel assumido por ela quando finalmente conseguia identificar nas letras, frases inteiras. A mãe, Elza, sempre a fez acreditar que tem maior poder aqueles que possuem uma formação acadêmica e uma ligação estreita com a literatura.

Para ela o principal problema no país ainda corresponde aos altos valores pagos por um livro. A jovem já baixou livros da Internet mas destes não leu nenhum pois gosta muito da relação palpável que tem com eles.

Apesar de toda essa vontade de ler e se entregar às histórias dos livros, Marta não comenta sobre as obras com muitas pessoas. "Falo sobre livros somente com duas pessoas que conheço". Bom seria se ela pudesse compartilhar com os outros toda essa fantasia que os livros podem proporcionar. 


Pricilla Farina.


*Parte deste projeto consiste em realizar entrevistas com pessoas comuns que tenham forte ligação com a literatura ou com um livro em especial. Quer participar? Mande um email para umlivrominhahistoria@gmail.com.  

29 de outubro: Dia Nacional do Livro

Fundação da Biblioteca Nacional no Brasil é comemorada até hoje

Não sei se foi proposital como uma forma de homenagem, mas a verdade é que Pelotas não poderia ter escolhido um dia melhor para começar a Feira do Livro: 29 de outubro. Esse é o dia em que, no Brasil, se comemora o Dia do Livro.

Ler é evoluir, desenvolver a capacidade de criar e, principalmente, de criticar. Quem lê fala melhor, escreve mais e tem mais embasamento além de sonhar e viajar do jeito que só um bom livro consegue proporcionar. Ele pode ser considerado o meio de comunicação mais importante para o processo de transformação de um indivíduo. E, se comparado aos outros meios, com ele você escolhe ler histórias sobre o passado, o futuro, ficção, fantasia e outros temas.

Esse blog pretende discutir a importância da leitura, indicação de bons livros, mostrar o que as pessoas lêem e o que acham da leitura, falar sobre autores e literatura. Esse é apenas mais um dia. O livro é comemorado em muitas outras datas: Dia Internacional do Livro, Dia Internacional do Livro Infantil, Dia da Literatura Brasileira, Dia Mundial do Livro, Dia do Livro, etc.

Se hoje servir como um incentivo, que bom! Visite a feira do livro, confira as novidades, escolha seu autor favorito, mas principalmente, leia mais. Leia outdoors, leia embalagem de produtos, leia jornais, leia revistas, leia o que estiver ao seu alcance. Ler muito e sempre. Nesse Dia Nacional do Livro, é o que desejo a todos!

A história

Esse dia é comemorado desde 1810, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil. Apenas dois anos antes desta data é que o movimento editorial começou no país. Depois disso houve um avanço no setor editorial com a fundação da Companhia Editora Nacional, em 1925. O primeiro livro publicado aqui foi Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.

Manoela Soares

38ª Feira do Livro de Pelotas é lançada oficialmente

Representantes da Câmara Pelotense do Livro e da Prefeitura, imprensa e patrocinadores reuniram-se na manhã do dia 27, para o café de lançamento da 38ª Feira do Livro de Pelotas, que começa hoje na Praça Coronel Pedro Osório e vai até o dia 15 de novembro. A novidade deste ano é a mudança do local da Praça de Gastronomia e do palco de apresentações, que estão sendo montados no Largo Edmar Fetter (Largo do Mercado Público).

Os organizadores esperam que este ano a Feira do Livro supere a média de público dos outros anos. A expectativa é que mais de 100 mil pessoas visitem a 38ª edição do evento, o que superaria a marca do ano passado, quando 90 mil pessoas passaram pela Feira. “Esperamos também que o tempo colabore. No ano passado, o problema foi a chuva, que afastou o público. Além disso, este ano o calendário favorece o aumento do público”, explica Gelso Lovatel, responsável pela estrutura do evento, referindo-se ao feriado da Proclamação da República, que este ano será comemorado em uma segunda-feira, junto com o encerramento oficial da Feira.

De acordo com Isabel Zschornack, Presidente da Câmara Pelotense do Livro, entidade que desde 2008 organiza a Feira, o investimento nesta edição também foi maior. Além disso, entre as mudanças destaca-se a mudança do local da Praça de Alimentação, que este ano ficará a cargo de uma empresa particular, e do palco de apresentações, que estão sendo montados no Largo do Mercado Público. 

Outra mudança significativa diz respeito à programação cultural da Feira. Segundo Helenira Brasil Dias, coordenadora da programação cultural do evento, este ano mais de 3 mil pessoas se apresentarão nos palcos da Feira do Livro. “Foi montada uma programação variada com escolas públicas e particulares. Os horários das apresentãções também foram organizados para facilitar a presença do público”, garante.

Ricardo Rojas

Promover a diversidade através dos livros. Será?

De 27 a 31 de outubro ocorre a 2ª Feira do Livro LBGT em Lisboa 

Promover a diversidade e valorizar a produção da literatura de homossexuais. É o que pretende a 2ª Feira do Livro Gay, Bissexual e Transgênero que começou hoje, em Lisboa. No evento são promovidos livros e autores homossexuais que participam hoje do mercado Europeu. Também podem participar autores heterossexuais desde que a temática de seus livros ou artigos trate de alguma forma a diversidade sexual e promova a igualdade dos direitos humanos.

Logo da 2ª Feira do livro
 LBGT em Portugal

A Feira ocorre na sede da Associação ILGA Portugal, criada para promover a solidariedade social e a melhoria da qualidade de vida de homossexuais, e disponibiliza uma seção de livros usados, especialmente doados para a ocasião. As obras divulgadas incluem romance, poesia, literatura infanto-juvenil, teatros e ensaios.

Hoje, na abertura da Feira do Livro Gay, Bissexual e Transgênero, conforme o blog da Revista Os meus livros, foi inaugurada uma exposição de fotografias de nome "Leituras", com autoria de António Frazão. Diversos escritores também estarão presentes nos dias recorrentes à Feira, que vai até 31 de outubro, para falar sobre a publicação de suas obras.


Com a intenção de integrar e mostrar à população o que cada um pode produzir através de experiências pessoas ou somente como uma maneira de levantar a bandeira em favor da diversidade como um direito, não estariam estas pessoais e a própria Associação discriminando e excluindo de outros meios diversificados, mesmo que implicitamente, estes homossexuais?


ILGA?


A Associação ILGA- Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgênero foi fundada em 1995 é funciona em âmbito Nacional, apesar de sua sede estar desde 1997 na Rua de São Lázaro, 88, em Lisboa. Na parte Institucional do site oficial da ILGA é possível saber mais sobre esta Associação e seu funcionamento.


Pricilla Farina.